27 de mar. de 2012

Poema pro Março costumeiro

Este Março queria passar
Sem que eu lhe notasse
Mas como de costume,
Não posso deixar de entoar-lhe
Minha humilde ode

Mais um Março se vai
Puro peixe que sou,
Faço juz a meu
Mar
ço só
nado por entre corais
busco meus ancestrais
que a terra levou
e o Mar consagrou
em mim

durmo a sentir dolorir
o sonho que o mar delegou
clamo ao Março,
morMaço de mim,
que a luz incendeie
meu corpo com ardor

Março me passa
Sem Elis, nem Tom
Nem Cachaça
Março só-corre
O meu tempo é que é sorte

Espreita o outono na janela de Março
Bate na porta um ventinho
Frescal
Cobre de versos a minha alvorada
E faz sol.

18 de mar. de 2012

La tierra giró para acercarnos

La tierra giró para acercarnos,
giró sobre sí misma y en nosotros,
hasta juntarnos por fin en este sueño,
como fue escrito en el Simposio.
Pasaron noches, nieves y solsticios;
pasó el tiempo en minutos y milenios.
Una carreta que iba para Nínive
llegó a Nebraska.
Un gallo cantó lejos del mundo,
en la previda a menos mil de nuestros padres.
La tierra giró musicalmente
llevándonos a bordo;
no cesó de girar un solo instante,
como si tanto amor, tanto milagro
sólo fuera un adagio hace mucho ya escrito
entre las partituras del Simposio.

Eugenio Montejo

Minha foto
Viajante espacial da poética atemporal.

Visitantes