9 de jul. de 2015

Tenho o cansaço

Tenho o cansaço das paredes
inerte, empalidecida, tenho
rasgos cicatrizes marcas
d'outras vidas

O assombro de antigos tempos:
adormecido
O vigor pelas manhãs:
não amanhece
Tantas tralhas
d'antes raras e propícias
agora, nada,
me enlouquecem

Nem os livros
sempre abismos abrigos contra
duradouras tempestades
presentemente são
muitos e vãos descabidos mundos
para uns olhos mudos que não podem ver

Aonde o broto verdejante?
Nas entranhas feridas cintilantes
esses brilhos de doença regozijam-se de
meu martírio

Que há de livre no uivar dos cães?
Que há dos ricos no
murmúrio balbuciante dos
indigentes?
Que há de vida  na poesia aflita que
congela presentes para
forjar partidas?
Que?

Minha foto
Viajante espacial da poética atemporal.

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