24 de mai. de 2009

Eu prefiro não entender nada de gente, nem de mundo nem de humanismos, porque quem entende geralmente não faz nada além de ficar discutindo e debatendo com outros que também só querem discutir e debater. É verdade que tem uns que fazem de fato, que tem ações importantes e buscam soluções para a grande ferida que é o mundo, mas esses quase sempre são massacrados, esquecidos e menosprezados pela fábrica-de-historinhas-oficiais que é a história. Não há dia que eu não me depare com uma cambada de gente debatendo, e falando, falando pelos cotovelos, falando querendo ser ouvido, nunca parando pra ouvir. São poréns e porquês e contudos e ais e porras e merdas, que ninguém ouve, só grita. E ninguém avança. São gritos histéricos e disputa de egos o tempo inteiro e todos se engabelando, mentindo para si mesmos, fingindo que foram ouvidos. Como se isso já não bastasse, me vem outro me dizer que busca o conhecimento para descobrir a verdade. Ah, por favor... serei rainha da Inglaterra quando alguém descobrir alguma verdade. Que verdades querem descobrir? Que fulano era porco, que cicrano comia galinha, que o imperador da “ponte do rio que cai” usava calcinha??? Ah, me poupem... querem saber de verdades pra quê? O mundo é uma grande mentira, as pessoas se enganam o tempo inteiro, a sinceridade já deixou de existir há muito tempo (com algumas raras exceções, é claro), aí vêm me dizer que estão em busca de uma grande verdade... que eu ainda possa ser viva quando alguém encontrar a verdade suprema e que meus filhos e netos possam se beneficiar dela acreditando em fábulas provavelmente mais verossímeis que essa pseudo verdade dos homens.
Ou de deus, sei lá... Vai que acreditam em milagres!

Um comentário:

  1. Nossa, Patricia, muito obrigado, eu acho, por esse texto. Acho que eu de vez em quando espero muito por isso em alguns discursos.. mas nunca vem. Concordo muito, e gostei.
    De novo, obrigado. :)

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Viajante espacial da poética atemporal.

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