27 de ago. de 2011

Da confusão entre a abertura e o banimento de si

Nunca podemos confundir a abertura ao outro com o banimento de si. Abrir-se ao novo requer antes de tudo uma postura ativa frente ao mundo, caso contrário, nos apagamos no outro, fenecemos, à medida que deixamos o outro nos nutrir, pois o ser passivo se dilui no outro, perdendo sua própria identidade. Ter uma identidade não se resume somente no discurso de pertencimento a esta ou àquela posição político-ideológica, significa afirmar-se como responsável pelos seus atos, pois estes sim dirão a que serviço se está no mundo. Ter uma identidade significa amar a si mesmo, sentir-se bem com sua própria companhia, ser capaz de se divertir sozinho, de refletir sobre si e sobre o mundo, não ter medo de compartilhar seus pensamentos e ter coerência em suas práticas. Só assim é possível amar ao outro e a ele entregar-se, sem que esta entrega signifique a perda ou a anulação de si.

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